Apesar de a morte do rock ter sido constantemente declarada nos últimos anos, ainda há artistas e bandas que, quixotescamente, persistem com o gênero. O ritmo não tem mais a popularidade de outrora: em 2017, não houve nenhuma faixa roqueira entre as cem músicas mais tocadas nas rádios do Brasil, tampouco nas listas das faixas mais ouvidas nos serviços de streaming, como Deezer e Spotify. Também não está presente entre os vídeos musicais mais assistidos no YouTube. A ausência do gênero musical se estende para as listas globais.
O rock se tornou música de nicho, assim como aconteceu com o jazz, e é consumido, principalmente, por um público adulto contemporâneo. Mesmo assim, ainda há uma resistência, que persiste em manter o rock presente em sua sonoridade.
Aproveitando o Dia Mundial do Rock, conheça alguns lançamentos de 2018 que mantém o ritmo em alta. O rock pode aparecer diluído com outros ritmos, não daquele jeito clássico, porém ainda está lá. É só rock, mas muita gente ainda gosta.
GAÚCHOS
Todo Mundo Vai Mudar (Dingo Bells)
- Em seu segundo disco, a banda porto-alegrense intensifica sua identidade tropical, com influências de soul e MPB, adicionando elementos de rock alternativo, música eletrônica e r’n’b.
- Para quem gosta de: Apanhador Só, O Terno, Lulu Santos e Ed Motta.
- Gravadora: independente.
El Interior Hacia Fuera (Chimi Churris)
- Nas oito faixas de seu segundo álbum, o grupo promove experimentações com ritmos como shoegaze, dream pop e o lo-fi somados a influências da música brasileira.
- Para quem gosta de: Guided By Voices, Mac Demarco e Gilberto Gil.
- Gravadora: Lezma Records.
Histórias Excêntricas ou Algum Tipo de Urgência (Frank Jorge)
- Um dos decanos do rock gaúcho, Frank apresenta neste disco 11 faixas com sonoridades que passam pela jovem guarda, soul, brega e rock dos anos 1960 e 1970.
- Para quem gosta de: Roberto Carlos, Paul McCartney e Erasmo Carlos.
- Gravadora: 180 Selo Fonográfico.
Luciano Granja Grupo, Vol. 2 (Luciano Granja Grupo)
- Guitarrista com quilometragem alta – que já tocou com nomes como Engenheiros do Hawaii, Kleiton e Kledir, Pitty e Armandinho –, Granja explora o rock com riffs intensos em seu segundo disco solo.
- Para quem gosta de: Jack White e The White Stripes.
- Gravadora: independente.
Assuma a Culpa (CxFxCx)
- Na ativa desde 1991, a banda de Canoas mistura punk rock com metal em canções com letras que contém críticas a padrões e comportamentos da sociedade.
- Para quem gosta de: Suicidal Tendencies e D.R.I.
- Selo: Marquee Records.
Outros lançamentos
Duka Leindecker lançou em março Baixar Armas, que tem letras que fazer refletir sobre a polarização política e a banalização da violência. Em abril, Nenhum de Nós lançou o EP Doble Chapa.
NACIONAL
El Rapto (Cora)
- No disco de estreia do grupo de Curitiba, há músicas oníricas com diversas camadas, cantadas em português, inglês e espanhol.
- Para quem gosta de: Dirty Projectors, Animal Collective e do disco Build Up (1970), da Rita Lee.
- Gravadora: PWR Records.
Florescer (Bolhazul)
- O trio de Brasília Bolhazul apresenta em seu disco de estreia, em faixas que incorporam métricas incomuns em seu ritmo, o que se convencionou classificar como math rock (“rock matemático”).
- Para quem gosta de: Arrigo Barnabé e Yes.
- Gravadora: Tratore.
Estereoh (Estereoh)
- Em seu disco de estreia, o trio de Fortaleza traz influências de bandas de indie rock americanas dos anos 1990, realçando os riffs de guitarra.
- Para quem gosta de: Sebadoh, Superchunk e Dinosaur Jr.
- Gravadora: independente.
Se Quer Aventuras (Contando Bicicletas)
- Do Rio de Janeiro, a banda mistura influências progressivas, psicodélicas e brasileiras em seu disco de estreia.
- Para quem gosta de: Novos Baianos, Mutantes e Yes.
- Gravadora: independente
Una-Maçã (Sã)
- Trio de Goiânia (GO) aposta em riffs pesados, com influências de bandas dos anos 1970, além de letras que refletem sobre a criação da vida.
- Para quem gosta de: Tame Impala e Black Sabbath.
- Gravadora: Abraxa.
Internacional
Tranquility Base Hotel & Casino (Arctic Monkeys)
- Apesar de parecer um projeto solo do vocalista e líder da banda, Alex Turner, o sexto álbum do grupo traz canções introspectivas e sofisticadas, com inspirações na ficção científica.
- Para quem gosta de: The Last Shadow Puppets e David Bowie.
- Gravadora: Domino
Freedom’s Goblin (Ty Segall)
- Com uma carreira prolífica, Ty Segall lança seu nono disco solo em 10 anos de trajetória apostando em seu melhor: rock de garagem com riffs pesados e distorções.
- Para quem gosta de: The Hives, T. Rex, The Black Keys.
- Gravadora: Drag City.
REIðI (Black Foxxes)
Boarding House Reach (Jack White)
- Em seu audacioso terceiro disco, o guitarrista Jack White explora diferentes sonoridades para agregar ao seu blues rock, utilizando sintetizadores e flertando com ritmos como jazz, gospel, conga, entre outros.
- Para quem gosta de: The Black Keys, The White Stripes e The Raconteurs.
- Gravadora: Third Man Records.
Tell Me How You Really Feel (Courtney Barnett)
- Em seu segundo disco, a australiana Courtney Barnett flerta seu indie rock com o grunge. As faixas ora carregam momentos de ansiedade e medo, mas também atacam o machismo – caso de Nameless, Faceless.
- Para quem gosta de: Cat Power, Hole e Pavement.
Créditos : GaúchaZH